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  • 19
  • JAN
  • 2015

CEF aumenta juros para financiamento habitacional

 
A Caixa Econômica Federal (CEF) aumentou a partir desta segunda-feira, as taxas de juros do financiamento imobiliário. A alta – justificada pelo aumento na taxa Selic (juros básicos da economia), que subiu nos últimos meses e está em 11,75% ao ano – valerá para os financiamentos tomados a partir hoje com recursos da poupança, por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
De acordo com a Caixa, os mutuários que já assinaram contrato não terão mudança. Os imóveis financiados com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou pelo Programa Minha Casa, Minha Vida também não sofrerão alterações. Apesar disso, a novidade pegou empresas, corretores de imóveis e construção civil de surpresa.
A taxa de juros cobrada pelo Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), que financia imóveis de até R$ 750 mil com recursos tanto do FGTS como da poupança, permanece em 9,15% para quem não é cliente do banco e sofre alteração para quem é cliente, passando de 8,75% para 9% (conforme tabela abaixo). Já pelo Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que financia imóveis com valor acima de R$ 750 mil, a taxa de juros anual passará de 9,2% para 11% para os não-clientes.
“As empresas imobiliárias e corretores de imóveis estão vendo essa medida com muita preocupação. Estamos em um momento de tentativa da retomada do aumento nas vendas dos imóveis, buscando uma forma de estimular o mercado, e isso pode vir a prejudicar o segmento”, destacou Renato Gomes, presidente do Sindicato das Empresas Imobiliárias (Secovi) no RN.
Em contato com a reportagem d’O JORNAL DE HOJE, Renato comenta que a alta dos juros veio em um momento em que as empresas estavam planejando ações para atrair vendas da casa própria. “Estávamos apostando em ações nesse início de ano e a Caixa Econômica, principal financiador de casa própria, resolve mudar o sistema de juros, deixando a nós e ao consumidor apreensivos”, disse. “É uma medida sem propósito, fora de prazo. Não veio em um bom momento”.
Apesar de concordar que o aumento dos juros não veio em um momento ideal, o empresário Arnaldo Gaspar Júnior, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon RN), considerou a medida do Governo Federal como um mau necessário.
Para justificar seu posicionamento, Arnaldo fez uma comparação do momento econômico do país com um enfermo. “Não gostamos de tomar remédio quando estamos doentes. Mas sabemos que precisamos da medicação, pois entendemos que ela irá resgatar nossa saúde. Esse aumento doa juros, a meu ver, é para combater um mau maior: a possibilidade da alta inflação”, disse.
“Já vivi e convivi com a hiperinflação. Além de ser muito danoso, cobra-se muito da sociedade e afeta os mais humildes. Combater esse mau é fundamental. Nós temos que encarar esse remédio amargo, esperando que ele seja pontual e traga de volta a saúde da economia”, afirmou Arnaldo Gaspar Júnior.
Ainda segundo o presidente do Sinduscon RN, as vendas dos imóveis não devem cair. De acordo com dados apurados pelo Sindicato, até setembro do ano passado as vendas atingiram uma média constante, mês a mês, de aproximadamente 270 unidades habitacionais. O estoque de unidades (que inclui lançamentos, unidades em construção e prontos para morar) veio baixando nos últimos meses significativamente.
“O que acompanhamos no ano passado foi uma significativa retração de lançamentos. Com a alta dos juros, essa retração deve continuar por mais tempo. Mas não acredito que as vendas caiam, até porque as empresas estão se empenhando em fazer promoções para atrair os consumidores. Além disso, o prazo de financiamento não foi alterado”, comentou.
“Já passamos por situação muito pior e acredito que vamos sair dessa. Sou otimista quanto a isso e estou consciente de que esse remédio [alta dos juros] é o correto para retomarmos a saúde da economia”, destacou.
Os juros da Caixa Econômica Federal para habitação costumam ser os menores no mercado e servem como referência para os demais bancos. A Caixa é líder no segmento de financiamento imobiliário, com participação de mercado próxima de 70%.
(Jornal de Hoje)
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