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Os preços dos alimentos seguem recuando no atacado e levaram o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) a uma queda de meio ponto porcentual na primeira prévia deste mês, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A deflação foi a mais intensa já registrada em meses de julho em toda a série, iniciada em 1989. Em 12 meses, a alta é de 5,43%.
Apesar do recorde, os produtos estão cedendo menos. Para o superintendente adjunto de inflação da FGV, Salomão Quadros, a tendência é que os preços parem aos poucos de cair até atingir taxa próxima de zero. Mesmo assim, o IGP-M que será divulgado no próximo dia 30 não deve ganhar força suficiente para exibir elevação. “É grande a chance de termos uma terceira queda seguida”, observou. O indicador, utilizado no reajuste de aluguéis, já recuou em maio e junho.
A queda é concentrada nos alimentos, diante da percepção de que a estiagem não comprometeu as safras tanto quanto se previa. Produtos in natura também já se recuperaram do período de escassez de chuvas. “Não deve haver (novo repique de preços). As perspectivas de safra são boas nos Estados Unidos e por aqui também”, analisou o economista Leonardo França Costa, da Rosenberg Associados.
Números
Mas o efeito benéfico está cada vez mais perto do limite. Na prévia anunciada ontem, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,87%, com alimentos in natura como tomate e ovos recuando menos do que um mês antes. Entre as matérias-primas brutas, bovinos e aves já ficaram mais caros, enquanto outros itens dão contribuições cada vez menos negativas.
No varejo, o alívio terá um pouco mais de fôlego. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,16%, praticamente no mesmo nível de um mês antes. A Alimentação avançou 0,01%, mas teria ficado negativa não fosse a influência da Copa do Mundo sobre as refeições fora de casa. Itens como tomate e batata-inglesa sofreram reduções nos preços, e há espaço para ajustes em derivados de soja e trigo, diante do comportamento dos grãos no atacado. “O repasse vai continuar por mais dois meses, até acabar”, previu o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
(Tribuna do Norte)
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